ONG “Vivendo com HIV Saiba Viver” foi criada recentemente para promover ações que possam auxiliar os portadores de HIV a se integrarem à sociedade e terem garantidos seus direitos. Cerca de 70 pessoas estiveram semana passada (26/10) reunidas para realização da assembléia de criação da entidade. Para o presidente da ONG, Nilton Carlos Rezende, muitos soropositivos desconhecem seus direitos e a falta de informação desencadeia ainda mais preconceitos. “Vamos lutar por causas justas como passe livre, lipodistrofia (mudanças no corpo de quem utiliza medicamentos anti-HIV, tratamento odontológico, conscientização da sociedade sobre a legislação, além de promover campanhas gerais e informativas procurando ser um instrumento de expressão, em nível municipal, estadual e nacional”, destaca. Nilton informa que as pessoas que quiserem entrar em contato para maiores informações podem ligar para 34-8874-6399. Dentro desse esforço para promover tais ações, o vereador Antônio dos Reis Gonçalves Lerin (PSB/MG) se dispôs a abraçar a causa amplamente. “Precisamos congregar movimentos sociais e políticos para que o portador de HIV tenha seus direitos preservados, mas é ainda mais importante o trabalho de conscientização da comunidade sobre essa doença. A discriminação talvez seja o pior dos males que a pessoa doente enfrenta”, ressalta Lerin.
Uberaba, segundo dados oficiais do Serviço de Assistência Especializada Municipal, 980 pessoas estão com AIDS em tratamento. Este número, não abrange os cidadãos que se tratam, através da rede privada. No Brasil, dados do Ministério da Saúde computados em 2008, mostram que cerca de 60% da população brasileira nunca fez o teste. A informação é ainda mais preocupante aliada aos dados do ministério, que mostram que de 2003 a 2006 43,7% dos pacientes soropositivos que chegaram aos serviços de saúde já apresentavam deficiência imunológica ou quadro clínico de sintomas da aids.
Problema que piora com a constatação de que 28,7% desses pacientes evoluíram para quadro clínico mais grave e morreram no início do tratamento. “As pessoas também precisam saber que discriminar o teste é muito mais danoso à vida. O tratamento quanto mais tardio pode ser menos eficiente”, explica Lerin. Nilton ressalta que o vereador deverá apoiar a ONG em vários aspectos, inclusive na estruturação e realização de ações que levem informação ao púbico e na elaboração de alguns projetos que ainda estão sendo estudados. Lerin lembra que, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, atualmente são cerca de 630 mil pessoas vivendo com HIV e aids no país. Desse total, estima-se que 225 mil pessoas sejam portadoras do HIV e desconheçam sua condição sorológica.
